Talvez te tenha escapado o nome Landing.jobs (anteriormente JOBBOX.io). Mas fica a saber que esta Startup é uma das mais conhecidas em Portugal. Se tu és um programador, esta empresa pode tornar-se a tua melhor amiga.
Se, por outro lado, estás a querer tornar-te um, junta-te à nossa comunidade, estás no sítio certo!
Achámos por bem fazer uma entrevista ao Pedro Oliveira, COO e Co-Fundador, assim como ao Pedro Moreira, CTO, para conseguirmos compreender como tudo tem sido construído.
Neste artigo procurámos fazer um behind the scenes mais técnico, colocando o nosso foco nas tecnologias e problemas associados.
Vais ficar a conhecer alguns dos desafios técnicos no desenvolvimento da Landing.jobs e como esta empresa te pode ajudar a ir trabalhar para empresas como Microsoft, Spotify, Cabify, Trivago, Farfetch, entre outras.
O que é a Landing.jobs
A Landing.jobs, é um marketplace. Como tal, junta 2 tipos de clientes: as empresas que procuram o melhor talento Tech e as mentes mais aguçadas da área tecnológica.
A missão deles é encaminhar os profissionais tech de forma a chegarem o mais alto possível na sua carreira.
O que 750k euros permitiram fazer
O investimento de 750 mil euros, em 2015, por parte da Portugal Ventures, permitiu aumentar a empresa e abrir escritório em Londres – o centro do mercado de recrutamento das tecnologias de informação (TI) na Europa.
Qual é o modelo de negócio da Landing.jobs
Apesar da Landing Jobs ter mais fontes de rendimento, por cada colaborador integrado com sucesso, as empresas pagam à Landing.jobs uma percentagem do salário bruto anual do elemento recrutado ou um valor de subscrição.
O maior evento de carreiras tecnológicas da Europa
Pelas palavras de Pedro Oliveira “mais do que arranjarmos o próximo emprego, queremos ajudar os candidatos a explorarem outros caminhos, abrindo horizontes na altura de procurarem ou mudarem de trabalho na indústria de tecnologia europeia”.
O Landing Festival, o maior evento de carreiras tecnológicas da Europa, está de volta a 29 e 30 de Junho, no Pavilhão de Portugal. Vai ser a 4ª edição do festival.
Só para ficares com uma ideia do que podes conseguir neste evento, ficam aqui alguns nomes que estiveram a oferecer emprego na última edição: Zalando, Cabify, Microsoft, Onfido,Trivago, Pentaho, Farfetch, Aptoide e Weareredlight.
Ruby On Rails | Porquê?
Sentimos a necessidade de compreender o porquê de esta Startup ter mostrado preferência pela tecnologia Ruby On Rails para criar o seu MVP (Minimum Value Product).
Acabámos por compreender que a razão foi menos mística do que pensávamos. O motivo foi simplesmente porque o Pedro Rodrigues e o Pedro Oliveira tinham trabalhado juntos numa startup e a linguagem usada na mesma tinha sido Ruby on Rails.
Portanto, a escolha caiu em Ruby on Rails porque era a framework a que estavam habituados e da qual gostavam.
Vantagens e desvantagens de Ruby on Rails
Depois de termos obtido a anterior resposta, ficámos interessados em saber quais as vantagens e desvantagens que sentiam que RoR possuía na perspectiva deles.
“Ruby on Rails é óptimo para prototipagem rápida e não tem grandes problemas de escala. Não vi nenhuma desvantagem em usarmos RoR.”
Caso estejas a procurar soluções alternativas a Ruby On Rails recomendamos que leias o nosso artigo: Node.js, mas porquê? Junta-te ao twitter, netflix, uber e muitos outros.
O Lançamento
No meio do empreendedorismo, há sempre interesse em saber a história de como nasce o MVP e quantas pessoas estiveram envolvidas. Neste caso ocorreu o mesmo, por isso fizemos a questão: Quantas pessoas desenvolveram o MVP da Landing.jobs até ao seu lançamento?
Apesar do MVP ter sido desenvolvido por várias pessoas, há 2 elementos que se destacam. São eles o Pedro Rodrigues e o Pedro Moreira.
O mais incrível é que estes “super-heróis” estavam em modo moonlighters, “isto é, a trabalhar no MVP ao fim do dia e aos fins de semana”
Claro que houve um apoio bastante substancial de nomes como “Pedro Moura da Mapidea, o Domingos Guimarães da Live Content, o Gustavo Pimenta da SensesLab e outras pessoas que foram dando apoios mais ou menos pontuais”.
Um outro ponto interessante de se referir é que “o core do desenvolvimento não foi feito pelos fundadores. O Pedro Oliveira era o Product Owner.“
Sem financiamento mas é preciso programadores
Quando se está no início de uma Startup pode ser um desafio obter talento. Mas a Landing.jobs conseguiu captar 1 talento decisivo antes de sequer ter recebido o primeiro financiamento. E como é que isso se faz? Pelo que nós percebemos, através de “capitais próprios, muito suor e sangue”.
Os entrevistados também destacaram que “o facto de se começar em bootstrap também ajudou, pois sempre ia entrando algum cash que era investido no negócio”.
Também foi dito que o Pedro Moreira “foi contratado antes da primeira ronda. O outro developer não, mas foi logo a seguir a cair a ronda”.
Apesar de não haver grandes certezas porque já lá vai algum tempo, os fundadores conseguiram juntar um capital próprio de quase 50k€, o que lhes permitiu dar os primeiros passos.
O tempo que foi preciso para criar o MVP da Landing.jobs
Como os integrantes estavam em modo moonlighting, é difícil dar um valor exato visto que o tempo dedicado variava em função da disponibilidade. Mas segundo eles, “Se estivéssemos em full-time, penso que teríamos demorado cerca de 2-3 meses”.
Como se escolhem as features para o lançamento inicial
Segundo o Pedro Oliveira, “passados quatro anos já não é fácil relembrar algumas coisas”. Contudo, ele afirma que estavam “muito focados nas recomendações como forma de adicionar valor a uma candidatura”.
Segundo eles, “foi simplesmente uma questão de perceber quais eram as features mínimas para ter algo que pudéssemos lançar, que permitisse a um potencial candidato encontrar oportunidades, pedir recomendações aos seus contactos, e fazer as suas candidaturas. Do outro lado da moeda, que as empresas tivessem o mínimo de suporte para criarem/colocarem as suas ofertas de trabalho na nossa plataforma”.
As tarefas específicas a que se dedicaram os developers que criaram o MVP da Landing.jobs
Como seria de esperar a resposta englobou várias tarefas. Os developers fizeram um pouco de tudo:
- explorar ideias de como é que uma dada feature poderia funcionar;
- definição de modelos de dados;
- implementação
- escolha de infraestrutura
- testar as features que iam sendo criadas
O crescimento
Quando se chega à fase de crescimento já é uma vitória. Cerca de 40% das Startups caem no 1º ano. Isso leva-nos à seguinte questão.
Devemos estar preocupados com a possibilidade futura de escalabilidade ou lançar o MVP o mais rápido possível?
Nesta entrevista houve muita informação pertinente a ser partilhada mas, na nossa opinião, a seguinte frase foi “lei de ordem”: Problemas de escalabilidade são quase um “problema de luxo”.
Segundo o Pedro, este tipo de problemas só acontece se, de facto, “o produto estiver a ter sucesso”.
As áreas em que a Landing.jobs teve maior necessidade em contratar developers
Apesar da necessidade mais latente ter passado pela obtenção de developers para Rails, tem havido uma procura considerável em encontrar “designers, tanto de UX como de UI que também saibam HTML, CSS e algum JS, para facilitar a ponte entre o desenho da experiência e a implementação da solução”.
A necessidade de programadores não é exclusiva da Landing.jobs.” Descobre “Como um bootcamp nos prepara para o mercado de trabalho” e como a vida de 3 pessoas se alterou.
A equipa de developers atual da Landing.jobs
Neste momento, a Landing.jobs possui 4 developers. “3 developers de Ruby on Rails, e 1 UI Developer que também faz algum Front-End”. Salientaram também que existe uma data scientist que trabalha em modelo moonlighting.
Os CTO e COO da Landing.jobs acreditam que “as equipas devem ser constituídas por empowered engineers que façam código, testes, deploys, automatização e melhorem os processos e, claro, data”.
Linguagens e Frameworks da Landing.jobs
Ficámos a saber que a Stack da Landing Jobs alterou-se pouco desde o início. “Continua a ser uma app em Ruby on Rails, e continuamos a usar Slim, Sass (SCSS) e CoffeeScript.”
“Desde o lançamento inicial, as maiores alterações no Back-end foram a instalação do Sidekiq e Redis, para processamento assíncrono, e do Memcached para fazer cache de HTML”.
Contudo, depois do rebranding que a Landing.jobs teve, eles começaram a refazer o visual da plataforma. Isto implicou terem substituído o Bootstrap pelo próprio CSS, baseado no Bourbon + Neat + Refills, mas feito quase de raiz pela própria equipa.
Se tens interesse sobre o tema Front-End, no nosso artigo “A batalha épica: Angular vs React - quem ganhará?” podes descobrir quem dá uma malho a quem.
Automatização de candidaturas
Como seria de esperar, à medida que se cresce há uma tendência a automatizar processos com o objectivo de tornar os mesmos mais eficientes. A Landing.jobs segue a tendencia e anda a criar um software para tornar a análise de candidaturas mais automática.
Quisemos saber quais os principais motivos para a tomada da decisão, em que estado está esse software e claro, quais as principais dificuldades encontradas.
Os motivos, segundo eles, foram óbvios: aumento da eficiência (análise de candidatos manual não faz sentido) e possibilitar uma escalabilidade mais rápida e simples.
Segundo os entrevistados, neste momento existe “um modelo híbrido onde existe um grupo de “curators” que faz rating das candidaturas suportado com inteligência artificial”.
Relativamente às dificuldades existentes, são os típicos problemas de machine learning. Ou seja, a dificuldade reside na “escolha do que pode ser automatizado e o que não pode”.
Apesar de haver tools de Big Data na stack da Landing.jobs e isso estar ligado ao processo de automatização, a empresa continua a ter como elemento essencial as recomendações/avaliações.
Opiniões da Landing.jobs
Não é descabido dizer que em Portugal a linguagem com mais programadores é Java. Como tal, porque é que as Startups não a usam?
Segundo os nossos entrevistados, “existem algumas startups que se baseiam em Java”. Contudo, “dado que é uma linguagem mais madura, é natural que os fundadores e developers que trabalham com MVPs optem por linguagens / frameworks mais ágeis e recentes”. Segundo eles, faz parte da evolução natural do mundo tech e não há qualquer problema nisso.
Opinião em relação a Node.js
Tivemos imenso interesse em saber qual a opinião dos entrevistados pela tecnologia Node.js.
Segundo eles, “Na altura do lançamento da Landing.jobs o Node.js não era ainda uma framework muito usada”, pelo menos no círculo de trabalho/contactos que eles tinham. Mas para além desta explicação, chegámos à conclusão de que Node.js não foi considerado porque eles previamente já tinham trabalhado com Ruby on Rails anteriormente e estavam satisfeitos.
O Pedro Moreira também acrescentou: “não conheço o suficiente para ter opinião. Pessoalmente, não sou grande fã de JavaScript, por isso nunca explorei o Node.js.”
Se estiveres na mesma situação que o Pedro Moreira, podes ler o artigo: Node.js, mas porquê? Junta-te ao twitter, netflix, uber e muitos outros" e ficar a saber o porquê desta tecnologia estar a obter tantos fãs!